terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ataque

O bom ataque não é necessariamente o mais rápido ou o mais violento. O bom ataque é controlado, centralizado e sincero, o ataque que leva em consideração a situação do parceiro e a nossa própria. Isso constitui o passo inicial no desenvolvimento da percepção e da harmonização.

Desta forma o ataque não pode ser mal desferido, solto ou sem vontade, sendo realizado apenas porque é a hora de ser o uke. Também não deverá ser antecipado ao movimento para detê-lo, com o intuito de trancar a sua realização, pois como o uke já sabe qual a técnica que vai ser aplicada fica mais fácil de bloquear o movimento.

Cada técnica foi desenvolvida para que um sentido e uma forma de força específicos sejam empregados e estudados, assim a técnica de aikido desenvolvida pelo nage depende da união com a força de ataque do uke, sendo esta força o fator determinante do movimento empregado. Se o uke anula a força necessária, ou a realiza em outra direção, do que a demonstrada, outra técnica deverá ser utilizada e desta forma não haverá troca de experiência de treinamento para os dois praticantes, pois aquela aplicação técnica deixará de ser explorada.

Mitsugi Saotome comenta que ”o ataque se faz sob concentração total, como se fosse o primeiro e o único e a forma mais inteligente de se conseguir isso é atacar com a máxima sinceridade e veemência e recorrer ao ukemi em resposta à reação do parceiro, sempre consciente de tudo o que está a volta, pronto para mudar”.

O nage, por sua vez, também deverá aplicar a técnica sob concentração total observando e implementando o movimento condizente com a graduação do uke.