domingo, 28 de agosto de 2011

Respiração - terceira parte

Os quatro métodos de Respiração

A Yoga classifica a respiração dentro de quatro métodos: (1) Respiração alta. (2) Respiração média. (3) Respiração baixa. (4) Respiração completa.
 
Respiração alta ou sub-clavicular

Deitar sobre as costas, em superfície dura, encolher as pernas, conservando os joelhos altos e juntos, mas os pés afastados.
Levar as mãos para a região logo abaixo das clavículas. Ao conduzir o ar para esta região alta dos pulmões observar que os ombros sobem um pouco em direção às orelhas e depois descem novamente na expiração. Esta respiração é um pouco mais difícil de ser percebida isoladamente quando se está começando a tomar consciência dos três níveis de respiração dos pulmões. Para percebê-la melhor deve-se levar o ar para a parte média dos pulmões e, em seguida, continuar a preenchê-los na região mais alta até a sua capacidade plena.
A respiração alta como exercício consciente é importante para que se perceba os três níveis de respiração além de trazer benefícios à região da garganta, ativar as glândulas da tireóide, fortalecer os músculos do pescoço, beneficiar a audição e a emissão da voz.


 
Respiração média, intercostal, ou torácica

Colocar as mãos sobre as costelas. Ao levar o ar exclusivamente para esta parte média dos pulmões observar que as costelas se afastam expandindo ao máximo toda esta região intercostal e na expiração as costelas se aproximam novamente. Esta respiração média expande e fortalece os músculos do tórax abrindo o peito, fortalecendo também os músculos que sustentam a coluna vertebral, favorecendo uma postura correta.
Em situações de timidez, de medo, de falta de autoconfiança pode ocorrer que o peito se fecha, a coluna se curva, as respirações perdem o vigor e não se respira na capacidade plena desta região do tórax.
A respiração torácica consciente atua nos centros de energia do plexo solar e do plexo cardíaco, abrindo-nos para sentimentos de destemor, de iniciativa, de determinação, de autoconfiança, de receptividade, de doação e de amor universal.

 
Respiração baixa, diafragmática ou abdominal

Descansar a mão sobre o abdômen para melhor sentir a respiração e relaxar todos os músculos.
Ao levar o ar para a parte baixa dos pulmões, observar que o abdômen sobe na inspiração e desce na expiração. Esta respiração é calmante e relaxante, pois atua nos centros de energia inferiores, baixando os níveis de ansiedade, aquietando emoções e a mente como um todo. Ao realizar esta respiração abdominal de modo consciente é possível observar que, aos poucos, o ritmo da respiração se alonga e torna-se semelhante à respiração do sono profundo.
A respiração abdominal não é efetuada por um trabalho da caixa torácica, que se dilata na inspiração e se contrai na expiração, mas por um trabalho do diafragma, que se abaixa na inspiração e volta ao seu lugar na expiração, o que implica no aumento do volume do abdômen. Pode-se obter, assim, inspirações e expirações mais longas, e fazer de modo que a dilatação aparente da caixa torácica se torne muito fraca e quase imperceptível.
Os movimentos do ventre são imperceptíveis e não devem, em hipótese nenhuma, ser forçados. Cumpre apenas ao principiante respirar naturalmente, com o corpo relaxado e a atenção concentrada no Hara.
Depois de certo progresso na técnica, as pernas podem ficar estendidas, e não mais flexionadas, aproximando-se daquilo que se denomina relaxamento completo.
Em situações de tensão e ansiedade, a respiração encurta-se e fica bloqueada, limitada aos níveis superiores dos pulmões, sobretudo às partes altas. Assim recomenda-se então fazer as respirações abdominais que acalmam e relaxam. Nos casos em que há dores, sobretudo abdominais e de cabeça, esta respiração baixa consideravelmente o nível dessas dores chegando, por vezes, a eliminá-las por completo.


 
Respiração completa

Uma vez percebidos os três níveis de respiração dos pulmões pode-se passar para a respiração completa.
Deve-se praticar de pé ou sentado, com a coluna vertebral perfeitamente colocada em suas curvaturas naturais, o que se consegue mantendo o tronco ereto, soltando os braços ao longo do corpo. Assim, com todo o corpo relaxado, limpar totalmente os pulmões. Permanecer sem o ar por alguns segundos, como que criando a necessidade de inspirar. Após este tempo, conduzir o ar primeiro para a parte baixa dos pulmões, depois para a parte média e em seguida para a parte alta. A expiração pode ser feita de cima para baixo, eliminando primeiro o ar da parte alta, depois da média e por último da baixa ou em ordem inversa, de baixo para cima.
É fundamental estar consciente do movimento ondular da respiração completa e realizá-la na capacidade plena dos pulmões, tanto na inspiração, preenchendo-os completamente, como na expiração, esvaziando-os totalmente. Depois de algum tempo de prática é possível fazer a respiração completa de modo mais fluente passando de um nível dos pulmões para o outro naturalmente.
A respiração completa é calmante desenvolve e tonifica todo o aparelho respiratório; melhora o funcionamento do estomago e os órgãos abdominais; evita a prisão de ventre, equilibra o sistema endócrino; garante melhor oxigenação do sangue purificando-o pela maior eliminação do gás carbônico e absorção de oxigênio, beneficiando, portanto o estado de todos os órgãos e tecidos, desenvolvendo sensivelmente a resistência e a defesa orgânica, aumentando notavelmente a energia.
Este exercício deve ser executado de forma uniforme, manter a mesma velocidade na corrente de ar inalado ou expirado, silenciosa e suave. Na inspiração a expansão do abdômen deve ser discreta e a expiração deve depender tão somente do relaxamento do diafragma e dos músculos respiratórios.